Impacto do COVID-19 na hotelaria - Alguns dados e ações - Climber RMS & RM Academy
O Coronavírus (COVID-19) está a impactar drasticamente a economia global, mas neste artigo de opinião iremos centrar o foco da nossa análise na indústria do turismo e hotelaria a nível nacional.
Aproveitando a parceria e sinergias existentes entre a Climber RMS e a RM Academy, examinamos as tendências atuais e fazemos algumas recomendações importantes para mitigar o impacto nos seus negócios.
Alguns analistas preveem que o efeito sobre a indústria hoteleira global para 2020 (fonte Skift ), seja de declínio no lucro (EBITDA) de 11% a 29% este ano. No entanto, observa-se que o cenário inclui “uma recuperação quase completa em 2021”, mostrando mais uma vez a resiliência do setor de hotelaria.
Nesta análise, tivemos por base uma amostra de hotéis em Portugal, de 4 e 5 estrelas e subdivididos pelas seguintes regiões: Lisboa, Porto e Norte, Centro Madeira, Açores e Algarve. De salientar que optámos por apresentar os resultados com valores absolutos porque em determinadas regiões os KPI’s seriam enviesados pelo facto da amostra de hotéis ter uma variação significativa. Tivemos por base, os KPI’s de Revenue de Alojamento, Ocupação e OTB (on the books) e para o período de 1 a 19 de março de 2020 e com reflexo até dezembro de 2020.
Em Portugal registamos uma quebra de 60% nas receitas de room revenue no período em análise, quebra de 38.6% no OTB e de 28.4% a nível de ocupação.
Quando comparamos dados até Dezembro usando nossa ferramenta de comparação de hotéis, prevemos um cenário obviamente negativo para todos os destinos, no entanto, quando avaliamos os resultados de 1 a 19 de março, podemos ver que grande parte do impacto anual, se reflete em Março, Abril e Maio, havendo sinais de recuperação no último trimestre , mas ainda assim, no negativo.
Isto poderá ser um indicador de que as pessoas ainda estão a efetuar pesquisas de hotéis, mas talvez não tenham a confiança necessária para reservar nos próximos meses. Ferramentas como a Climber são fundamentais para que possamos enfrentar situações inesperadas como a do COVID-19, interpretando os dados que nos chegam e como nos chegam. Segundo Mário Mouraz, CEO da Climber RMS “pretendemos sempre fornecer os melhores dados para a tomada de decisão por parte do hoteleiro, conseguindo capitalizar e, em situações como a que estamos a viver, tentar minimizar o impacto que uma situação negativa como a COVID-19 pode ter”.
Dada a incerteza da evolução da crise sanitária e económica, a RM Academy e a Climber deixam algumas recomendações:
Foco nos mercados domésticos que deverão voltar a ganhar confiança ainda que moderadamente e definir campanhas para os meses de verão.
Devido ao aumento de restrições de viagens aéreas dos mercados do TOP 10 nacional, devemos garantir a máxima exposição ao mercado interno, concentrando mais orçamento e direcionando as ações de e-commerce, nomeadamente campanhas de “metasearch” e de “re-targeting”, nas quais ainda existe um público estabelecido com forte intenção de reservar.
Os clientes não procuram necessariamente preço neste momento, mas sim flexibilidade e segurança, portanto considere não utilizar tarifas não reembolsáveis, considere alterar as políticas de penalização para cancelamentos e considere uma estratégia de preços realista face ao seu mercado concorrencial.
Considere permitir que os clientes alterem as suas reservas para uma nova data, caso desejem (tranquilizando também novos clientes). Faça da palavra “flexibilidade” uma de suas principais mensagens de marketing e tente inclusive alterar o nome da tarifa BAR para Super flexível. Passe uma mensagem clara de segurança aos clientes e destaque as ações em vigor, por exemplo limpeza desinfetantes constantes e tantas outras medidas que as entidades oficiais recomendaram.
Em termos operacionais, estamos a recomendar muitos dos clientes da RM Academy que têm multi propriedades em localizações próximas, para concentrarem as operações numa só unidade, e se necessário utilizando apenas alguns pisos das unidades minimizando desta forma o impacto negativo ao nível financeiro, reaproveitando recursos, dar a opção de segurança aos RH, escoando produtos com validade limitada, ou mesmo ativando a opção de lay-off. Outras práticas que temos recomendado passam pela renegociação com fornecedores, com as instituições credoras, entre outros, de forma a negociar períodos de carência aliviando desta forma a dificuldades de tesouraria. Ao nível dos cancelamentos de tarifas não reembolsáveis ou mesmo de tarifas flexíveis mas que já entram em período de penalização, estamos a recomendar muita prudência por um lado com os reembolsos, porque temos notado muitas situações dúbias, e por outro lado para não sobre carregar a tesouraria. Por outro lado recomendamos que tentem negociar com todos os titulares de reservas para usufruírem das mesmas num determinado período de tempo com a atribuição de um voucher, e no caso dos grupos para dar a opção de remarcar em datas futuras.
O setor do turismo e da hotelaria é historicamente um setor resiliente e de adaptação rápida e esperamos que, uma vez que a situação melhore, a curva da procura se restabeleça novamente ainda que gradualmente.
Vamos acreditar que 2021 será o ano da retoma, que as economias iniciarão um novo ciclo ascendente e que o COVID-19 fique apenas na nossa memória.
Hotel da região de Lisboa com quebra acentuada de ocupação entre o dia 1 e 19 de Março – a vermelho. Podemos verificar que os meses de Março, Abril e Maio, têm um impacto maior, notando-se uma ligeira recuperação no 3º e 4º Trimestre.
Hotel da região do Porto com quebra acentuada de ocupação entre o dia 1 e 19 de Março – a vermelho. Podemos verificar que os meses de Março, Abril e Maio, têm um impacto maior, notando-se uma ligeira recuperação no 3º Trimestre.
Hotel da região e Lisboa com quebra acentuada de ocupação entre o dia 1 e 19 de Março – a vermelho. A tracejado os valores correspondentes ao ano passado, onde podemos verificar que o decréscimo é acentuado para os próximos meses, mas com uma ligeira recuperação no 3º e 4ºTrimestre, comparando com o ano de 2019.
Impacto do COVID-19 na hotelaria - Alguns dados e ações - Climber RMS & RM Academy
O Coronavírus (COVID-19) está a impactar drasticamente a economia global, mas neste artigo de opinião iremos centrar o foco da nossa análise na indústria do turismo e hotelaria a nível nacional.
Aproveitando a parceria e sinergias existentes entre a Climber RMS e a RM Academy, examinamos as tendências atuais e fazemos algumas recomendações importantes para mitigar o impacto nos seus negócios.
Alguns analistas preveem que o efeito sobre a indústria hoteleira global para 2020 (fonte Skift ), seja de declínio no lucro (EBITDA) de 11% a 29% este ano. No entanto, observa-se que o cenário inclui “uma recuperação quase completa em 2021”, mostrando mais uma vez a resiliência do setor de hotelaria.
Nesta análise, tivemos por base uma amostra de hotéis em Portugal, de 4 e 5 estrelas e subdivididos pelas seguintes regiões: Lisboa, Porto e Norte, Centro Madeira, Açores e Algarve. De salientar que optámos por apresentar os resultados com valores absolutos porque em determinadas regiões os KPI’s seriam enviesados pelo facto da amostra de hotéis ter uma variação significativa. Tivemos por base, os KPI’s de Revenue de Alojamento, Ocupação e OTB (on the books) e para o período de 1 a 19 de março de 2020 e com reflexo até dezembro de 2020.
Em Portugal registamos uma quebra de 60% nas receitas de room revenue no período em análise, quebra de 38.6% no OTB e de 28.4% a nível de ocupação.
Quando comparamos dados até Dezembro usando nossa ferramenta de comparação de hotéis, prevemos um cenário obviamente negativo para todos os destinos, no entanto, quando avaliamos os resultados de 1 a 19 de março, podemos ver que grande parte do impacto anual, se reflete em Março, Abril e Maio, havendo sinais de recuperação no último trimestre , mas ainda assim, no negativo.
Isto poderá ser um indicador de que as pessoas ainda estão a efetuar pesquisas de hotéis, mas talvez não tenham a confiança necessária para reservar nos próximos meses. Ferramentas como a Climber são fundamentais para que possamos enfrentar situações inesperadas como a do COVID-19, interpretando os dados que nos chegam e como nos chegam. Segundo Mário Mouraz, CEO da Climber RMS “pretendemos sempre fornecer os melhores dados para a tomada de decisão por parte do hoteleiro, conseguindo capitalizar e, em situações como a que estamos a viver, tentar minimizar o impacto que uma situação negativa como a COVID-19 pode ter”.
Dada a incerteza da evolução da crise sanitária e económica, a RM Academy e a Climber deixam algumas recomendações:
Foco nos mercados domésticos que deverão voltar a ganhar confiança ainda que moderadamente e definir campanhas para os meses de verão.
Devido ao aumento de restrições de viagens aéreas dos mercados do TOP 10 nacional, devemos garantir a máxima exposição ao mercado interno, concentrando mais orçamento e direcionando as ações de e-commerce, nomeadamente campanhas de “metasearch” e de “re-targeting”, nas quais ainda existe um público estabelecido com forte intenção de reservar.
Os clientes não procuram necessariamente preço neste momento, mas sim flexibilidade e segurança, portanto considere não utilizar tarifas não reembolsáveis, considere alterar as políticas de penalização para cancelamentos e considere uma estratégia de preços realista face ao seu mercado concorrencial.
Considere permitir que os clientes alterem as suas reservas para uma nova data, caso desejem (tranquilizando também novos clientes). Faça da palavra “flexibilidade” uma de suas principais mensagens de marketing e tente inclusive alterar o nome da tarifa BAR para Super flexível. Passe uma mensagem clara de segurança aos clientes e destaque as ações em vigor, por exemplo limpeza desinfetantes constantes e tantas outras medidas que as entidades oficiais recomendaram.
Em termos operacionais, estamos a recomendar muitos dos clientes da RM Academy que têm multi propriedades em localizações próximas, para concentrarem as operações numa só unidade, e se necessário utilizando apenas alguns pisos das unidades minimizando desta forma o impacto negativo ao nível financeiro, reaproveitando recursos, dar a opção de segurança aos RH, escoando produtos com validade limitada, ou mesmo ativando a opção de lay-off. Outras práticas que temos recomendado passam pela renegociação com fornecedores, com as instituições credoras, entre outros, de forma a negociar períodos de carência aliviando desta forma a dificuldades de tesouraria. Ao nível dos cancelamentos de tarifas não reembolsáveis ou mesmo de tarifas flexíveis mas que já entram em período de penalização, estamos a recomendar muita prudência por um lado com os reembolsos, porque temos notado muitas situações dúbias, e por outro lado para não sobre carregar a tesouraria. Por outro lado recomendamos que tentem negociar com todos os titulares de reservas para usufruírem das mesmas num determinado período de tempo com a atribuição de um voucher, e no caso dos grupos para dar a opção de remarcar em datas futuras.
O setor do turismo e da hotelaria é historicamente um setor resiliente e de adaptação rápida e esperamos que, uma vez que a situação melhore, a curva da procura se restabeleça novamente ainda que gradualmente.
Vamos acreditar que 2021 será o ano da retoma, que as economias iniciarão um novo ciclo ascendente e que o COVID-19 fique apenas na nossa memória.
Hotel da região de Lisboa com quebra acentuada de ocupação entre o dia 1 e 19 de Março – a vermelho. Podemos verificar que os meses de Março, Abril e Maio, têm um impacto maior, notando-se uma ligeira recuperação no 3º e 4º Trimestre.
Hotel da região do Porto com quebra acentuada de ocupação entre o dia 1 e 19 de Março – a vermelho. Podemos verificar que os meses de Março, Abril e Maio, têm um impacto maior, notando-se uma ligeira recuperação no 3º Trimestre.
Hotel da região e Lisboa com quebra acentuada de ocupação entre o dia 1 e 19 de Março – a vermelho. A tracejado os valores correspondentes ao ano passado, onde podemos verificar que o decréscimo é acentuado para os próximos meses, mas com uma ligeira recuperação no 3º e 4ºTrimestre, comparando com o ano de 2019.
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